Caso Débora Rodrigues: símbolo do 8 de janeiro divide opiniões em Paulínia
Ela vive com o marido e dois filhos em uma casa discreta no bairro Parque da RepresaA cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, 39, está em prisão domiciliar em Paulínia (SP) após passar dois anos presa por envolvimento nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, em Brasília. Ela ficou conhecida por pichar, com batom, a frase “perdeu, mané”na estátua da Justiça, em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Acusada de cinco crimes, incluindo golpe de Estado e dano ao patrimônio público, Débora aguarda o julgamento, que foi suspenso por um pedido de vista do ministro Luiz Fux. Até agora, há dois votos favoráveis à sua condenação a 14 anos de prisão.

Ela vive com o marido e dois filhos em uma casa discreta no bairro Parque da Represa. O salão de beleza onde trabalhava foi fechado, e a família sobrevive apenas com a renda do marido, que é pintor. Ele afirma que não recebem apoio psicológico e que Débora tem chorado com frequência.
Impedida de dar entrevistas ou usar redes sociais por decisão do STF, Débora se tornou símbolo entre bolsonaristas que pedem anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro. A causa mobilizou até Jair Bolsonaro, que levou a mãe e a irmã de Débora a um protesto na avenida Paulista.
Apesar de Paulínia ser majoritariamente bolsonarista — Bolsonaro teve 59% dos votos em 2022 —, poucos moradores admitem conhecer Débora. O caso virou tabu. Mesmo apoiando pautas da direita, muitos preferem não se posicionar.
Opiniões sobre sua pena se dividem. Alguns consideram a punição exagerada, outros defendem que ela responda por todos os crimes. Especialistas lembram que a acusação vai além da pichação: trata-se de um ataque ao Estado Democrático de Direito.
Fora da esfera política, a cidade se prepara para a Festa do Peão. Enquanto isso, o julgamento de Débora deve ser retomado no STF no dia 25 de abril.