CPI do Lixo em Teresina registra silêncio e evasivas em oitivas sobre contratos
Comissão investiga transição de empresas, gastos milionários e falhas nos contratos emergenciaisA Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga possíveis irregularidades nos contratos emergenciais de coleta de lixo em Teresina realizou, nesta quinta-feira (11), mais uma rodada de oitivas. A sessão foi marcada pelo silêncio e pela falta de esclarecimentos por parte dos representantes das empresas investigadas.
Durante a reunião, o ex-gerente da Litucera, Ribas, destacou as dificuldades enfrentadas pela empresa no período em que atuava na capital. Segundo ele, a folha de pagamento girava em torno de R$ 6 milhões por mês e dependia totalmente dos repasses da prefeitura. “Mesmo com alguns apoios pontuais, o caixa era sempre muito apertado, com descontos e glosas frequentes”, relatou. Ribas também classificou a transição entre a Litucera e o consórcio sucessor como “traumática”, conduzida judicialmente e sem diálogo entre as partes.
Também prestou esclarecimentos o presidente da Empresa Teresinense de Desenvolvimento Urbano (Eturb), Vicente da Silva Moreira Filho. Ele foi chamado para explicar a atuação do órgão durante a troca de empresas e o acompanhamento dos contratos. Vicente negou qualquer irregularidade por parte da administração municipal.
Ainda na sessão, o vereador Joaquim do Arroz (PT), mesmo sem integrar formalmente a comissão, sugeriu que a CPI compare os volumes de lixo coletados durante as gestões de Dr. Pessoa e Silvio Mendes. “A população da cidade não mudou. Não é razoável que os números de resíduos sejam tão diferentes entre os períodos”, pontuou. A proposta foi aceita pelos membros da CPI, que solicitarão os dados referentes aos últimos seis meses.
A apuração faz parte da segunda fase de oitivas da comissão, que deve seguir convocando empresários e gestores ligados à limpeza pública. O objetivo da CPI é identificar possíveis falhas e responsabilidades nos contratos emergenciais firmados para a coleta de lixo em Teresina.
Fonte: Revista 40 graus
