Deputada Federal Carla Zambelli é presa na Itália
Parlamentar foi localizada em Roma e poderá ser extraditada após ordem do STF e alerta da InterpolA deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi presa nesta segunda-feira (29), em Roma, na Itália, após ter sido incluída na lista de procurados internacionais da Interpol. A prisão ocorre dois meses após o Supremo Tribunal Federal (STF) determinar sua detenção preventiva em razão de sua condenação por crimes relacionados à invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
A informação foi confirmada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, que já iniciou os trâmites para solicitar a extradição da parlamentar de volta ao Brasil.
A ordem de prisão contra Zambelli foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes em maio, no mesmo processo que investigou a contratação do hacker Walter Delgatti Neto. Delgatti, também condenado, afirmou que a deputada o contratou para invadir sistemas do Judiciário e inserir informações falsas, incluindo um mandado de prisão fraudulento contra o próprio Moraes.

Zambelli foi sentenciada pelo STF a 10 anos de prisão em regime fechado por associação criminosa, invasão de dispositivo informático e tentativa de fraude processual. O tribunal também determinou a perda do mandato parlamentar e a inelegibilidade da deputada por oito anos.
Segundo autoridades italianas, a localização de Zambelli foi facilitada por uma denúncia do deputado italiano Angelo Bonelli, que informou à polícia o endereço onde a brasileira estava hospedada, nas proximidades do Vaticano.
“Ela estava convencida de que, por ter cidadania italiana, não seria presa”, declarou Bonelli em postagem nas redes sociais.
Apesar da defesa alegar que a parlamentar se entregou voluntariamente, a polícia italiana confirmou que ela foi detida em cumprimento ao mandado de prisão internacional. Zambelli havia deixado o Brasil em maio, logo após a decisão do STF, e estava foragida desde então.
A Justiça italiana agora analisará o pedido formal de extradição feito pelo governo brasileiro. O processo deve seguir os trâmites previstos nos acordos internacionais entre os dois países, podendo levar algumas semanas até a deportação.
Além do caso da invasão ao CNJ, a deputada também responde por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal, em outro processo em tramitação no Supremo, referente a um episódio ocorrido em 2022, durante o período eleitoral.
Mesmo com a determinação de perda de mandato pelo STF, cabe à Câmara dos Deputados deliberar sobre a cassação definitiva. Zambelli está licenciada do cargo desde junho.

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