Direita em 2026: muitos candidatos, pouca esperança
Entre apoio forçado e disputa interna, Tarcísio, Flávio e cia. começam a corrida tropeçandoO governador Tarcísio de Freitas declarou apoio a Flávio Bolsonaro para a Presidência com o entusiasmo de quem recebeu a missão, não o convite. Cotado até semana passada como “o nome da direita”, ele agora diz que o campo conservador terá vários candidatos em 2026 — como se dividir votos fosse estratégia genial e não o prenúncio de mais um fiasco eleitoral.
Segundo Tarcísio, Flávio “vai contar com a gente”, frase que soa mais como sobrevivência política do que apoio espontâneo. O governador ainda lembrou sua “lealdade inegociável” a Jair Bolsonaro, que hoje influencia a disputa da cadeia para fora, enquanto seu filho tenta provar que herança política vale mais que pesquisas mostrando Tarcísio melhor posicionado.
Para tentar evitar o clima de constrangimento, o governador citou Ronaldo Caiado, Romeu Zema e Ratinho Jr. como possíveis postulantes. Se era para animar a direita, o efeito foi outro: a lista parece roteiro de debate onde ninguém quer estar e todos tentam explicar por que a candidatura é “coletiva”. Enquanto isso, Lula assiste de longe, comendo pipoca.
A entrevista coletiva virou fuga temática. A cada pergunta sobre eleição, Tarcísio respondia com cracolândia, Metrô e o que mais estivesse à mão — qualquer coisa para não comentar o fato de que o lançamento da candidatura de Flávio foi visto por aliados como uma humilhação, evidenciando que o governador tem notoriedade, mas nenhuma autonomia.
O público presente tentou ajudar com gritos de “presidente”, mas Tarcísio deixou no ar, talvez avaliando se vale disputar a vaga ou continuar sendo o plano B que ninguém assume. Pesquisas o colocam à frente de Flávio contra Lula, mas ele afirma que “ainda é cedo”. Traduzindo: ninguém sabe como explicar por que o menos viável virou o escolhido.
Entre discursos sobre “mudança estrutural” e promessas de união da direita, o cenário não parece promissor: cada candidato pretende liderar o grupo, mas o grupo não sabe qual candidato quer. No fim, o campo conservador entra em 2026 como entrou em 2022: brigado, dividido e achando que o problema é só “trocar o CEO” — quando o que falta mesmo é projeto, unidade e, pelo visto, realismo.
Fonte: Revista40graus, redes sociais, mídias e colaboradores
