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Direita em 2026: muitos candidatos, pouca esperança

Entre apoio forçado e disputa interna, Tarcísio, Flávio e cia. começam a corrida tropeçando

O governador Tarcísio de Freitas declarou apoio a Flávio Bolsonaro para a Presidência com o entusiasmo de quem recebeu a missão, não o convite. Cotado até semana passada como “o nome da direita”, ele agora diz que o campo conservador terá vários candidatos em 2026 — como se dividir votos fosse estratégia genial e não o prenúncio de mais um fiasco eleitoral.

Foto: Pedro LadeiraTarcísio de Freitas (Republicanos), durante sessão da Comissão Especial da PEC da Segurança Pública da Câmara dos Deputados
Tarcísio de Freitas (Republicanos), durante sessão da Comissão Especial da PEC da Segurança Pública da Câmara dos Deputados

Segundo Tarcísio, Flávio “vai contar com a gente”, frase que soa mais como sobrevivência política do que apoio espontâneo. O governador ainda lembrou sua “lealdade inegociável” a Jair Bolsonaro, que hoje influencia a disputa da cadeia para fora, enquanto seu filho tenta provar que herança política vale mais que pesquisas mostrando Tarcísio melhor posicionado.

Para tentar evitar o clima de constrangimento, o governador citou Ronaldo Caiado, Romeu Zema e Ratinho Jr. como possíveis postulantes. Se era para animar a direita, o efeito foi outro: a lista parece roteiro de debate onde ninguém quer estar e todos tentam explicar por que a candidatura é “coletiva”. Enquanto isso, Lula assiste de longe, comendo pipoca.

A entrevista coletiva virou fuga temática. A cada pergunta sobre eleição, Tarcísio respondia com cracolândia, Metrô e o que mais estivesse à mão — qualquer coisa para não comentar o fato de que o lançamento da candidatura de Flávio foi visto por aliados como uma humilhação, evidenciando que o governador tem notoriedade, mas nenhuma autonomia.

O público presente tentou ajudar com gritos de “presidente”, mas Tarcísio deixou no ar, talvez avaliando se vale disputar a vaga ou continuar sendo o plano B que ninguém assume. Pesquisas o colocam à frente de Flávio contra Lula, mas ele afirma que “ainda é cedo”. Traduzindo: ninguém sabe como explicar por que o menos viável virou o escolhido.

Foto: Pedro LadeiraFlávio Bolsonaro (à dir.) ao deixar a sede da Superintendência da PF em Brasília, onde o pai está preso
Flávio Bolsonaro (à dir.) ao deixar a sede da Superintendência da PF em Brasília, onde o pai está preso

Entre discursos sobre “mudança estrutural” e promessas de união da direita, o cenário não parece promissor: cada candidato pretende liderar o grupo, mas o grupo não sabe qual candidato quer. No fim, o campo conservador entra em 2026 como entrou em 2022: brigado, dividido e achando que o problema é só “trocar o CEO” — quando o que falta mesmo é projeto, unidade e, pelo visto, realismo.

Fonte: Revista40graus, redes sociais, mídias e colaboradores

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