'É estranho só agora revelarem’, critica Fábio Novo sobre dívida da Prefeitura

O prefeito de Teresina Silvio Mendes (União Brasil), anúnciou que o rombo nas contas da Prefeitura ultrapassa R$ 1 bilhão, gerou repercussão na Assembleia Legislativa do Piauí. O deputado estadual Fábio Novo (PT), que foi seu principal adversário político nas eleições de 2024, questionou a demora na revelação do desequilíbrio fiscal e cobrou transparência e responsabilização pelos danos aos cofres públicos.

Para o parlamentar, é “estranho” que apenas após cinco meses de gestão a prefeitura venha a público reconhecer um rombo dessa magnitude. Fábio Novo lembrou que uma lei estadual de sua autoria institui a Comissão de Transição, que tem justamente a função de levantar informações detalhadas sobre a situação administrativa e financeira no período entre governos. “A comissão de transição já tinha documentos que apontavam essa realidade. Após a eleição, já se comentava sobre a existência desse rombo”, declarou o deputado.

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Deputado Fábio Novo questiona o prefeito Sílvio Mendes

O petista também criticou a ausência de medidas concretas para responsabilizar os eventuais culpados. “É preciso dizer quem fez esse rombo, quais providências foram adotadas, se há auditorias públicas em andamento. Não vi em nenhum momento a prefeitura anunciar que vai punir quem causou esse prejuízo à cidade”, pontuou.

Fábio Novo alertou que a crise fiscal não pode ser usada como justificativa para a paralisia administrativa. Segundo ele, somente nos primeiros cinco meses do ano, a Prefeitura de Teresina recebeu R$ 1,7 bilhão em transferências constitucionais, somando ICMS, FPM e outras receitas, sem incluir os tributos municipais. 

"Por outro lado, também não se pode justificar nisso a ausência de ações da Prefeitura, porque, nos primeiros cinco meses da gestão, se somarmos apenas as transferências de ICMS e do FPM, sem contar com os impostos municipais, estamos falando de R$ 1 bilhão e 700 milhões que já entraram nos cofres da Prefeitura de Teresina."

Silvio Mendes divulgou em entrevista à imprensa, que o cenário é mais grave do que o inicialmente previsto. Segundo ele, auditorias internas apontam dívidas herdadas de gestões anteriores que já ultrapassam R$ 1 bilhão, sendo quase R$ 500 milhões já identificados com documentação. O prefeito disse que as medidas adotadas até agora, como extinção de secretarias, corte de cargos e revisão de contratos, não foram suficientes para estancar o desequilíbrio fiscal.

Mendes também informou que contratos e licitações da gestão anterior, comandada pelo ex-prefeito Dr. Pessoa, estão sendo revistos e encaminhados aos órgãos de controle, como o Tribunal de Contas do Estado (TCE) e o Ministério Público.

Lembrando que a Prefeitura de Teresina já arrecadou mais de R$1.620.000.000,00 bilhão nos quatro primeiros meses do ano de 2025.