InfoGripe: casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave seguem em alta em parte
A influenza A se mantém como principal causa de internações de jovens, adultos e idosos
O novo Boletim InfoGripe da Fiocruz destaca que 18 das 27 unidades da Federação apresentam incidência de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em nível de alerta, risco ou alto risco, com tendência de crescimento. As hospitalizações por SRAG nas crianças pequenas, associados ao vírus sincicial respiratório (VSR) seguem aumentando em diversos estados das regiões Centro-Sul, Nordeste e Norte. No entanto, a análise aponta que já é possível observar um sinal de interrupção do crescimento ou início de queda dessas internações em estados do Centro-Oeste e do Sudeste e em alguns do Norte e Nordeste.
Na outra ponta, a influenza A se mantém como principal causa de internações de jovens, adultos e idosos, com maior incidência e mortalidade entre a população idosa. A atualização mostra também que em alguns estados do Centro-Oeste e Sudeste, além do Tocantins, os casos de SRAG começaram a cair. No entanto, o número de hospitalizações ainda permanece alto. A análise é referente à Semana epidemiológica 24, de 8 a 14 de junho.
Diante deste contexto, a pesquisadora Tatiana Portella, do Programa de Computação Científica da Fiocruz e do InfoGripe, reforça a importância da vacinação, “É muito importante que pessoas dos grupos de risco, como idosos, crianças e pessoas com comorbidades, que ainda não tomaram a vacina, procurem um posto de saúde para se vacinar o quanto antes, já que esse grupo tem maior risco de agravamento e hospitalização”, alerta.
No agregado nacional, o estudo verificou indícios de aumento de SRAG na tendência de longo prazo e de estabilidade ou oscilação no curto prazo. Esse quadro está relacionado à manutenção do crescimento dos casos de SRAG por influenza A e VSR em muitos estados do país, porém com sinal de desaceleração ou queda em algumas localidades.
Estados
Um total de 18 das 27 UFs apresentam incidência de SRAG em nível de alerta, risco ou alto risco com sinal de crescimento na tendência de longo prazo até a semana 24: Alagoas, Amazonas, Bahia, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Paraíba, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e Sergipe. Os estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Espírito Santo, Tocantins e o Distrito Federal também apresentam incidência de SRAG em nível de risco ou alto risco, mas já com tendência de queda nas últimas semanas, refletindo um início da diminuição das hospitalizações associadas à influenza A e VSR.
Capitais
Na presente atualização, observa-se que 14 das 27 capitais apresentam nível de atividade de SRAG em alerta, risco ou alto risco (últimas duas semanas) com sinal de crescimento de SRAG na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) até a semana 24: Aracaju (SE), Belo Horizonte (MG), Boa Vista (RR), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Maceió (AL), Manaus (AM), Porto Velho (RO), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Luís (MA) e Teresina (PI).
Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 39,2% de influenza A, 0,8% de influenza B, 45% de vírus sincicial respiratório, 17,7% de rinovírus e 1,6% de Sars-CoV-2 (Covid-19). Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos e no mesmo recorte temporal foi de 74,6% de influenza A, 0,8% de influenza B, 13% de vírus sincicial respiratório, 9,7% de rinovírus e 4,2% de Sars-CoV-2 (Covid-19).
Ano epidemiológico
No ano epidemiológico 2025 já foram notificados 103.108 casos de SRAG, sendo 52.853 (51,3%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 35.048 (34%) negativos e ao menos 8.272 (8%) aguardando resultado laboratorial. Dados de positividade para semanas recentes estão sujeitos a grandes alterações em atualizações seguintes por conta do fluxo de notificação de casos e inserção do resultado laboratorial associado.
Entre os casos positivos do ano corrente, observou-se 25,7% de influenza A, 1,1% de influenza B, 45,3% de vírus sincicial respiratório, 22,1% de rinovírus e 9,1% de Sars-CoV-2 (Covid-19). Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 39,2% de influenza A, 0,8% de influenza B, 45% de vírus sincicial respiratório, 17,7% de rinovírus, e 1,6% de Sars-CoV-2.
A incidência e mortalidade semanal média nas últimas oito semanas epidemiológicas, mantêm o cenário típico de maior impacto nos extremos das faixas etárias analisadas. A incidência de SRAG apresenta maior impacto nas crianças pequenas, enquanto na análise de mortalidade, as crianças pequenas e os idosos apresentam os maiores valores.
Fonte: Revista40graus e colaboradores