ONU admite que meta de limitar aquecimento global a 1,5 °C não será alcançada

Secretário-geral António Guterres afirma que ultrapassar o limite é “inevitável”
Redação

A meta de limitar o aquecimento global a 1,5 °C em relação à era pré-industrial não será alcançada, admitiu o secretário-geral da ONU, António Guterres, nesta quarta-feira (22).

Foto: Reprodução | Yuri KADOBNOV / AFP
O secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, durante uma coletiva de imprensa em Moscou, em 21 de junho de 2018

“Uma coisa já está clara: não conseguiremos conter o aquecimento global abaixo de 1,5°C nos próximos anos”, disse Guterres em uma reunião da Organização Meteorológica Mundial (OMM) da ONU, em Genebra. “Ultrapassar o limite agora é inevitável”, complementou.

Limitar o aquecimento global em 1,5 °C em comparação com os níveis anteriores à Revolução Industrial é o objetivo principal do Acordo de Paris, firmado em 2015.

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“O aquecimento global está levando nosso planeta ao limite”, afirmou. “Cada um dos últimos dez anos foi o mais quente da história. O calor do oceano bate recordes e destrói ecossistemas. Nenhum país está a salvo de incêndios, inundações, tempestades e ondas de calor”.

Em sua fala, o secretário-geral também fez um apelo para que os governos apresentem “planos nacionais de ação climática novos e ousados" antes da próxima Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP), que acontece no mês de novembro.

“Um plano confiável para mobilizar 1,3 trilhão de dólares (7 trilhões de reais na cotação atual) por ano em financiamento climático para países em desenvolvimento até 2035”, apelou.

Acordo de Paris

O Acordo de Paris é um tratado internacional adotado por 196 países na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP21) em 2015. Seu objetivo principal é manter “o aumento da temperatura média global bem abaixo de 2 °C acima dos níveis pré-industriais” e reunir esforços “para limitar o aumento da temperatura a 1,5 °C acima nos níveis pré-industriais”. Para que isso aconteça, as emissões de gases de efeito estufa devem antingir o pico até 2025, no máximo, e cair em 43% até 2030.

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