Empresário alvo da Operação Carbono Oculto se apresenta ao Draco
Haran Santhiago Girão Sampaio e esposa foram informados de medidas restritivas
RedaçãoO empresário Haran Santhiago Girão Sampaio e sua esposa compareceram, na manhã desta quinta-feira (6), à sede do Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), em Teresina. O casal não foi preso e tampouco prestou depoimento, já que o advogado não havia sido formalmente comunicado sobre as denúncias que pesam contra os dois.
Eles permaneceram cerca de uma hora e meia na unidade e conversaram com os delegados Anchieta Nery e Laércio Evangelista. Segundo a defesa, o depoimento oficial está marcado para a próxima quarta-feira (12).
O empresário é suspeito de integrar organização criminosa, cometer fraudes no mercado de combustíveis e praticar lavagem de capitais. Na quarta-feira (5), a Justiça determinou a suspensão das atividades de 47 empresas ligadas ao grupo investigado — sendo 39 postos de combustíveis pertencentes a Haran Santhiago e ao também empresário Danillo Coelho.
No Draco, Haran apenas tomou ciência das medidas restritivas impostas pelo juiz. O casal e o advogado deixaram o local sem falar com a imprensa.
Medidas impostas pela Justiça
Os investigados estão proibidos de:
Sair do país, devendo entregar os passaportes à Polícia Federal em até 48 horas;
Deixar a Comarca de Teresina ou mudar de endereço sem autorização judicial;
Manter comunicação entre si, inclusive por meio de redes sociais, aplicativos de mensagens ou por intermédio de terceiros;
Faltar a convocações policiais, devendo comparecer sempre que intimados.
As restrições valem para Haran Santhiago Girão Sampaio, Danillo Coelho de Sousa, Moisés Eduardo Soares Pereira, Salathiel Soldo de Araújo, Denis Alexandre Jotesso Villani e João Revoredo Mendes Cabral Filho.
Ainda nesta quinta-feira (6), o delegado Laércio Evangelista deve ouvir o empresário Danillo Coelho e sua esposa.
Mandados e apreensões
Haran Santhiago e Danillo Coelho foram alvos de mandados de busca e apreensão itinerantes cumpridos na noite de quarta-feira (5) nos aeroportos de Teresina e São Paulo.
Além disso, a Polícia Civil cumpre nesta quinta-feira mandado em uma fazenda localizada no Maranhão, pertencente a um dos empresários, onde uma segunda aeronave foi apreendida.
Investigações em andamento
De acordo com o diretor de Inteligência da Polícia Civil, delegado Anchieta Nery, as diligências continuam em andamento.
“Eles estão se apresentando em cumprimento à decisão judicial, e acredito que tenham interesse em colaborar com as investigações. Ainda temos equipes nas ruas e diligências sendo realizadas para finalizar esse trabalho”, afirmou.
O delegado ressaltou que as investigações envolvem crimes complexos, como fraudes em bombas de combustíveis e lavagem de dinheiro.
“Nós investigamos irregularidades cometidas nos últimos dois anos, tanto em postos da capital quanto do interior. Há inquéritos em fase de conclusão e outros em andamento, todos dentro da mesma linha de apuração”, explicou.
Anchieta Nery destacou que a Polícia Civil busca conduzir o caso de forma técnica e dentro da legalidade.
“A gente não trabalha com avaliações pessoais. Quando há necessidade de medidas mais severas, como prisão, agimos dentro da lei. O foco é concluir as análises e entregar um trabalho qualificado, como a sociedade espera da Polícia Civil do Piauí”, completou.
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