Bolsonaro “passa a coroa” e lança Flávio à Presidência

O projeto político da família Bolsonaro ganhou mais um capítulo: Jair Bolsonaro, direto de sua estadia na sede da Polícia Federal em Brasília, teria escolhido o próprio filho, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), como candidato do grupo à Presidência em 2026. Afinal, quando se fala em renovação política, nada sinaliza mais mudança do que manter o poder… em casa.

• Participe do nosso grupo no WhatsApp

A decisão foi comunicada pelo senador após uma conversa de meia hora com o pai, durante visita na última terça (2), e compartilhada antes com aliados e com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas — que, aparentemente, recebeu a notícia de que o “projeto nacional” continua sendo um assunto de família.

Flávio publicou um texto nas redes sociais afirmando que recebeu a missão de “dar continuidade ao nosso projeto de nação”, colocando-se “diante de Deus e diante do Brasil”, em mais uma mistura característica de campanha, fé e herança política. A escolha, naturalmente, mantém o sobrenome Bolsonaro vivo na disputa pública, reduzindo o risco de esquecimento enquanto o patriarca cumpre pena em regime fechado por tentativa de golpe.

Em entrevista anterior, o senador já havia deixado claro que, para merecer o apoio de Bolsonaro em 2026, qualquer candidato deveria estar disposto a brigar com o Supremo para garantir o perdão ao ex-presidente. Agora, como o candidato é o próprio herdeiro, fica tudo mais simples — nada como defender a liberdade da família com o peso da máquina pública.

O anúncio também tenta garantir que a extrema-direita permaneça sob comando dos Bolsonaro, num momento em que governadores ensaiam disputar espaço no eleitorado conservador. Mesmo assim, Flávio ainda encontrou tempo para desculpar-se com a madrasta, Michelle Bolsonaro, por brigas internas no PL, atribuindo o episódio a um “ruído de comunicação” — uma forma delicada de dizer que, no final, toda decisão estratégica continua circulando entre poucos sobrenomes conhecidos.