Consórcio Nordeste: quando o futuro resolve chegar antes

Governadores anunciam bilhões e prometem neoindustrialização
Redação

Os governadores do Nordeste desembarcaram no Piauí nesta segunda-feira (1º) para mostrar, de forma nada discreta, que a tal “neoindustrialização” não só vai acontecer — como eles pretendem liderar o processo com direito a inclusão, inovação e até um toque de preservação ambiental. Tudo isso embalado pelo tão aguardado edital bilionário para empresas que querem apostar na região. Sim, o Consórcio Nordeste resolveu brincar sério.

Foto: Reprodução
Rafael Fonteles no evento do Consórcio Nordeste em Teresina

Com 246 propostas dos nove estados batendo na porta dos bancos e pedindo R$ 127,8 bilhões em crédito, a Assembleia promete revelações dignas de final de temporada. BNDES, BNB, Caixa, Banco do Brasil, Sudene e Finep estão alinhados para anunciar quais projetos vão embarcar na locomotiva do desenvolvimento. Rafael Fonteles, atual presidente do Consórcio, já soltou a prévia: podem vir até R$ 10 bilhões em linhas de crédito. Quase nada.

Os estudos do Banco Mundial e da FGV, claro, também foram convocados para reforçar que o Nordeste tem potencial de sobra — da transição energética ao turismo, passando pela economia digital e criativa. Só faltava mesmo alguém amarrar tudo isso num pacote, e foi aí que veio a cereja do bolo: o lançamento do Centro de Inteligência Artificial do Nordeste (CIAN), parceria entre Consórcio, Dataprev e a gigante Huawei. Quem disse que inovação só acontece no Sudeste?

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A programação segue com acordos de cooperação, apresentações das Câmaras Temáticas — todas cronometradas como se fossem provas olímpicas — e a entrega do Relatório 2025 e do Plano Brasil Nordeste de Transformação Ecológica. Porque, afinal, ninguém pode reclamar que faltou organização.

Sete dos nove governadores estarão presencialmente, com Sergipe entrando via vídeo e o Maranhão indeciso, talvez deixando o suspense como contribuição. Entre balanços, Fonteles destacou avanços na redução da desigualdade de crédito, missões internacionais e fortalecimento de áreas como agricultura familiar e turismo. Tudo isso para garantir que o Nordeste se aproxime cada vez mais dos indicadores nacionais, gerando emprego, renda e, claro, mostrando que quando o Consórcio Nordeste decide acelerar, é melhor o resto do país prestar atenção.

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