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Datafolha: 57% dos moradores do Rio veem como sucesso a operação policial no Rio

Já 39% discordam da avaliação do governador Claúdio Castro do PL
Redação

A operação policial que deixou 121 mortos no Rio de Janeiro, na última terça-feira (28), foi considerada um sucesso por 57% dos moradores da capital e da região metropolitana, segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta (31). Outros 39% discordaram da avaliação positiva da ação, que foi classificada como “bem-sucedida” pelo governador Cláudio Castro (PL).

Foto: Eduardo AnizelliCorpos enfileirados em praça na Penha, zona norte do Rio
Corpos enfileirados em praça na Penha, zona norte do Rio

A operação, voltada ao combate à facção Comando Vermelho, provocou forte embate político entre setores da direita e o governo Luiz Inácio Lula da Silva sobre o manejo da segurança pública.

O levantamento foi feito por telefone com 626 eleitores entre quinta (30) e sexta (31). A margem de erro é de quatro pontos percentuais, para mais ou para menos.

Homens aprovam mais; jovens e classe média condenam

Segundo o Datafolha, 38% consideraram a operação totalmente bem-sucedida e 18% parcialmente, totalizando os 57%.
Do outro lado, 27% reprovaram totalmente a ação e 12% em parte. Outros 5% não souberam ou preferiram não responder.

A aprovação foi maior entre os homens (68%) do que entre as mulheres (47%). Já a classe média, com renda entre cinco e dez salários mínimos, e os jovens de 16 a 24 anos, mostraram maior rejeição, com 49% e 59%, respectivamente, considerando a operação malsucedida.

Moradores de favelas apresentaram avaliações semelhantes à média geral, e não houve diferença significativa entre regiões mais ricas ou pobres. As comunidades do Alemão e da Penha concentraram o confronto.

Execução e perfil das vítimas

Para 48% dos entrevistados, a operação foi bem executada; 21% disseram que teve falhas e 24% a consideraram mal conduzida.
Entre os pretos, 43% avaliaram negativamente a execução da ação — a maior taxa de reprovação registrada entre os grupos analisados.

Quando questionados sobre o perfil dos mortos, 50% disseram acreditar que a maioria era de criminosos, 31% acharam que todos eram bandidos, 4% afirmaram que a minoria era inocente e apenas 1% disse que todos eram inocentes.
De acordo com o governo do estado, 78 dos 119 suspeitos mortos tinham passagem pela polícia.

Polarização política reflete percepções

O Datafolha também cruzou as respostas com o voto no segundo turno de 2022 entre Lula e Jair Bolsonaro (PL).
Entre eleitores do petista, 67% desaprovaram a operação; entre os bolsonaristas, 83% a apoiaram.

O Rio é considerado um reduto bolsonarista — no estado, Bolsonaro obteve 56,5% dos votos válidos, contra 43,5% de Lula.
Castro, aliado do ex-presidente, foi reeleito no primeiro turno em 2022 com 58,67% dos votos.

Opiniões sobre violência e atuação policial

A pesquisa também resgatou a frase “bandido bom é bandido morto”.
O resultado mostrou divisão: 51% concordam e 46% discordam da afirmação.

No entanto, a maioria (73%) rejeita a ideia de que quem morre em operações policiais é sempre bandido, e 77% defendem que é mais importante investigar crimes do que matar criminosos — posição oposta à de 20% dos entrevistados.

Segundo dados oficiais, apenas seis dos mortos tinham mandado de prisão.

Repercussão política

As percepções sobre a operação têm refletido em um apoio mais cauteloso de presidenciáveis da direita ao governador Cláudio Castro.
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) participou virtualmente do Consórcio da Paz, grupo de governadores de oposição a Lula que discute segurança pública, enquanto Ratinho Jr. (PSD-PR) preferiu não comparecer.

Fonte: Revista40graus e Data Folha

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