Ambientalistas vão às ruas lembrar Congresso que natureza não se autolicencia
Protestos em vários estados repudiam lei vista como “presente” aos oportunistas do desmatamentoAmbientalistas tomaram as ruas neste domingo (30) em sete estados e no Distrito Federal para protestar contra a nova lei do licenciamento ambiental — aquela aprovada pelo Congresso Nacional após derrubar vetos presidenciais, como quem risca uma lista de desejos dos setores menos preocupados com o planeta.
Os manifestantes resumiram o espírito do momento em dois lemas diretos: “Congresso inimigo do povo e do meio ambiente” e “não à lei da devastação”. Em outras palavras, se alguém ainda alimentava dúvidas sobre a recepção da nova legislação pela sociedade civil, agora não precisa mais.
O texto aprovado é amplamente contestado por organizações ambientais e científicas, que alertam há meses para o retrocesso histórico embutido na norma. Não por acaso, os protestos incluíram atos na Avenida Paulista, no Pará, Piauí, Maranhão, Minas Gerais, Alagoas e Rio Grande do Norte — uma lista que, diferentemente da nova lei, só cresce em apoio popular.
O presidente Lula havia vetado diversos trechos sensíveis do projeto, mas o Congresso — sempre atento quando o assunto é facilitar a vida de certos empreendimentos — derrubou a maior parte deles. Entre os dispositivos ressuscitados está a ampliação da LAC, a famosa Licença por Adesão e Compromisso, carinhosamente apelidada de “autolicenciamento”, agora válida também para empreendimentos de médio impacto ambiental.
Para as ONGs, trata-se do PL da Devastação: uma proposta que entrega aos oportunistas ambientais exatamente o que eles sonhavam, enquanto deixa à sociedade o papel ingrato de lidar com as consequências.
Em meio às faixas, palavras de ordem e ironias necessárias, os protestos lembraram ao país um fato que nem o Congresso parece disposto a encarar: meio ambiente não se renova por decreto, e muito menos na velocidade de uma votação relâmpago.
Fonte: Revista40graus, mídias, redes sociais e colaboradores
