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CNH do Brasil: habilitação deixa de ser maratona burocrática e vira acesso democrático ao volante

Novo modelo promete reduzir custos em até 80%, facilitar a formação e premiar quem dirige bem — enfim, respeito à carteira brasile
Redação

Tirar a carteira de motorista no Brasil sempre foi uma saga épica: caro, demorado e com obstáculos dignos de teste de paciência. A partir desta terça-feira (9), porém, o roteiro muda com o lançamento da CNH do Brasil, anunciada pelo presidente Lula e pelo ministro dos Transportes, Renan Filho. A promessa é simples e ousada: habilitação menos burocrática e até 80% mais barata — porque dirigir deveria ser um direito, não um investimento digno da bolsa de valores.

Foto: Ricardo Stuckert / PRLula apresenta mudanças na CNH
Lula apresenta mudanças na CNH

Lula resumiu com seu estilo direto: não se trata só de baratear a CNH, mas de permitir que pessoas humildes possam ser tratadas como cidadãos completos, com o documento que abre portas para trabalho, mobilidade e inclusão. “Agora, eles vão ser profissionais muito mais preparados, totalmente legalizados”, afirmou o presidente.

A novidade veio acompanhada da Medida Provisória do Bom Condutor, que parece ter sido criada para dar um prêmio à carteira de motorista brasileira: redução de 40% no valor dos exames médico e psicológico e renovação automática para quem não tem infrações — ou seja, quem dirige direitinho não precisa voltar ao Detran e ainda economiza.

O cenário atual ajuda a explicar a mudança. A Senatran aponta 20 milhões de pessoas dirigindo sem habilitação e Estados onde o processo chega perto dos R$ 5 mil. Renan Filho foi direto: “o modelo estava falido”. Com a CNH do Brasil, a ideia é formalizar o que já acontece nas ruas, mas com segurança e controle.

A transformação promete beneficiar histórias como a do entregador Thiago de Jesus, que pedala quilômetros por entrega e nunca conseguiu pagar pelo processo. Agora, ele pode fazer formação gratuita online, escolher entre autoescola ou instrutor autônomo e ainda ter reteste de graça se reprovar na primeira vez — sinal de que, finalmente, a CNH brasileira decidiu ser prática.

Foto: Ricardo Stuckert / PRLula e Rena Filho
Lula e Rena Filho

O modelo ainda aproxima o país de práticas adotadas em lugares como Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e Argentina. Cursos online gratuitos, acessibilidade garantida, apenas duas horas práticas obrigatórias, provas mantidas e flexibilidade total: a formação cabe no bolso e na agenda. Quem quiser, pode até usar o próprio carro nas aulas — desde que com instrutor autorizado e respeitando as regras de segurança.

As autoescolas continuam existindo, mas agora dividem espaço com instrutores independentes. Concorrência, na lógica do governo, significa preço justo e oferta melhor. Para o instrutor, a formação será gratuita e a autorização seguirá sob controle dos Detrans.

A proposta ainda elimina prazos rígidos: o candidato avança no seu tempo, evitando perder tudo por falta de dinheiro ou agenda. Nada mais brasileiro do que adaptar o processo à vida real dos brasileiros.

Os dados mostram a urgência: entre jovens de 18 a 24 anos, 51% não têm habilitação. No Norte e Nordeste, o custo chega a equivaler a oito meses de trabalho. E o setor de transporte tem vagas sobrando. Como destacou Vander Costa, presidente da CNT, facilitar o acesso à CNH é também uma política econômica, que aumenta a empregabilidade e fortalece toda a cadeia logística.

A CNH do Brasil surge para consertar um sistema que excluiu justamente quem mais precisava dele. Se cumprir o que promete, a habilitação brasileira deixa de ser um privilégio reservado e passa a ser o que sempre deveria ter sido: um documento básico de cidadania, com um toque de ironia prática — afinal, o Brasil descobriu que a carteira vale mais quando cabe no bolso e na vida real.

Fonte: Revista40graus, Governo Federal e colaboradores

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