Chico Lucas reconhece erro e enfatiza que caso de envenenamento será solucionado
Ele ressaltou que a presença do veneno na casa da aposentada pode ter sido coincidênciaO secretário de Segurança Pública do Piauí, Chico Lucas, reconheceu nesta quarta-feira (29) que houve um equívoco na prisão de Lucélia Maria da Conceição, de 53 anos. A aposentada foi detida sob suspeita de envenenar os irmãos João Miguel da Silva, de 7 anos, e Ulisses Gabriel da Silva, de 8 anos, em Parnaíba, no litoral do estado, em agosto de 2024. No entanto, após cinco meses de detenção, ela foi libertada quando a polícia revisou o caso devido a novos episódios de envenenamento.
Segundo Chico Lucas, a prisão foi baseada nos depoimentos de familiares das vítimas, que indicaram Lucélia como responsável, além da descoberta de veneno em sua residência.
“A investigação teve falhas, mas não por negligência dos profissionais envolvidos. No primeiro momento, havia o envenenamento das duas crianças e os próprios familiares apontaram uma suspeita. A avó, o Francisco e a mãe delas acusaram Lucélia. Além disso, encontramos veneno na casa dela. Esse direcionamento foi influenciado por um dos envolvidos, Francisco, que, junto com a avó e a mãe das vítimas – que faleceu posteriormente –, incriminou Lucélia”, explicou o secretário. Ele ressaltou que a presença do veneno na casa da aposentada pode ter sido coincidência, pois substâncias como chumbinho, embora proibidas, são comuns em residências.

Avanço nas investigações
Chico Lucas afirmou que tanto o caso dos irmãos envenenados quanto o episódio de intoxicação coletiva ocorrido em um almoço no dia 1º de janeiro, que resultou na morte de cinco pessoas, estão perto de serem completamente esclarecidos.
“Montamos um grupo de trabalho com três delegados e toda a equipe do Departamento de Polícia Científica (DEPOC). O próprio perito-geral Nunes, a perícia e o delegado-geral estão atuando no caso. Já temos uma definição sobre a autoria e estamos reunindo as provas técnicas necessárias”, afirmou.
O secretário destacou que a falta de um laboratório de toxicologia no Piauí dificultava investigações desse tipo.
“Antes, precisávamos recorrer a outros estados para exames toxicológicos. A criação do nosso laboratório foi motivada por um caso de 2023, quando uma menina de 5 anos morreu envenenada em Floriano, e dependemos de laudos de fora para avançar na apuração. Agora, estamos estabelecendo protocolos e normas para que o laboratório funcione plenamente”, concluiu.
Libertação de Lucélia
Lucélia Maria da Conceição foi solta após decisão da juíza Maria do Perpétuo Socorro Ivani Vasconcelos, da 1ª Vara Criminal de Parnaíba. Durante sua prisão, sua casa foi incendiada, e ela recebeu ameaças de morte.
A libertação ocorreu após a apresentação de um laudo pericial que descartou a presença de substâncias tóxicas nos cajus consumidos pelas crianças.
Enquanto isso, Francisco de Assis Pereira da Costa, de 53 anos, apontado como principal suspeito do envenenamento coletivo de janeiro, segue preso.