Alerj libera Bacellar — afinal, spoiler de operação agora vale voto
Deputados revogam prisão do presidente da Casa suspeito de avisar alvo da PFA tarde na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro foi animada: às 15h, 69 deputados se reuniram para decidir se manteriam preso o presidente da Casa, Rodrigo Bacellar, detido por, digamos, “antecipar capítulos” da operação que levou o ex-deputado TH Joias para a prisão. No placar, venceu o espírito de coleguismo: 42 votos a favor da liberdade do colega, 21 contrários, duas abstenções e três que, curiosamente, não estavam por ali para opinar. Democracia é isso — às vezes presencial, às vezes com falta.
Antes da votação no plenário, a CCJ já tinha dado seu spoiler: aprovou, por 4 a 3, a revogação da prisão, em projeto do deputado Rodrigo Amorim. Parece que a história de “Unha e Carne” não é só nome de operação — é laço político mesmo. Enquanto Bacellar descansava no xilindró, o vice da Casa, Guilherme Delaroli, assumiu interinamente o comando. Parceiros de partido, eles somam 28 cadeiras e, pelo visto, uma boa rede de contatos.
A prisão de Bacellar aconteceu durante a operação da Polícia Federal, com ele prestando depoimento — cena digna de série policial. A investigação aponta que ele teria avisado TH Joias sobre a ação, indicando inclusive o que a PF poderia encontrar. Nos autos, aparecem conversas em que o ex-deputado agradece, troca número de telefone e até manda imagens das câmeras de segurança. Defesa criativa ou consultoria de crise em tempo real? O histórico explica.
No fim, a Alerj decidiu que a preventiva era exagero. Pelo visto, vazar informações sobre operação policial é só mais um capítulo da rotina legislativa fluminense — onde o crime sempre parece ter alguém simpático na porta do plenário.
Fonte: Revista40graus, Alerj, mídias e colaboradores
