Congresso aprova Orçamento de 2025 com superávit previsto de R$15 bi

A aprovação aconteceu após a divulgação do relatório final do senador Angelo Coronel (PSD-BA)
Redação

O Congresso Nacional aprovou o projeto de lei orçamentária para 2025 (PLN 26/24), que projeta um superávit de R$ 15 bilhões. A meta fiscal estabelecida pelo governo para o ano, no entanto, é de déficit zero. Na proposta original do Executivo, o superávit estimado após os abatimentos legais era de R$ 3,7 bilhões.

A aprovação aconteceu após a divulgação do relatório final do senador Angelo Coronel (PSD-BA), na madrugada desta quinta-feira (20). O texto foi analisado e votado na Comissão Mista de Orçamento (CMO) ainda no início da tarde e agora segue para a sanção do presidente da República.

Foto: Vinicius Loures/ Câmara dos Deputados
Congresso Nacional aprova proposta de Orçamento de 2025

Em vídeo nas redes sociais, o presidente da CMO, deputado Júlio Arcoverde (Progressistas-PI), ressaltou o empenho dos parlamentares para garantir a votação dentro do prazo combinado. “Assumi o compromisso com o presidente Davi Alcolumbre de entregar e votar o projeto hoje. Trata-se de uma proposta essencial para manter os programas sociais e o crescimento do país”, afirmou.

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Principais despesas incluídas

O relator do Orçamento, senador Angelo Coronel, destacou algumas das principais despesas contempladas na proposta aprovada:

Reajuste retroativo do funcionalismo público: R$ 22 bilhões

  • Bolsa Família: R$ 160 bilhões
  • Vale-gás: R$ 3,6 bilhões
  • Programa Farmácia Popular: R$ 4,2 bilhões
  • Bolsas da Capes: R$ 4,2 bilhões
  • Saúde: R$ 233 bilhões
  • Educação: R$ 167 bilhões
  • Programa de Aceleração do Crescimento (PAC): R$ 60 bilhões

Limite de gastos e regra fiscal

Para 2025, o teto de gastos foi fixado em R$ 2,2 trilhões, conforme as regras do novo arcabouço fiscal (Lei Complementar 200/23). A norma permite que o limite cresça até 70% do aumento real das receitas, com um teto de 2,5% acima da inflação.

Vale lembrar que a meta fiscal para o ano é de equilíbrio entre receitas e despesas, ou seja, sem déficit. Contudo, o arcabouço admite um déficit de até R$ 31 bilhões. Além disso, as despesas com precatórios — estimadas em R$ 44,1 bilhões — foram excluídas do cálculo, conforme decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

Críticas à proposta

O senador Rogério Marinho (PL-RN) criticou o texto, alegando que as previsões para os gastos com a Previdência estão subestimadas em cerca de R$ 11 bilhões. Ele também questionou a estimativa de R$ 28 bilhões em receitas extras provenientes de decisões do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), que, segundo ele, podem não se concretizar.

Já o deputado Tarcísio Motta (Psol-RJ) reconheceu avanços, como o aumento de recursos para áreas essenciais, mas questionou o crescimento das emendas impositivas. “O acréscimo nas emendas parlamentares foi maior do que o destinado à educação”, apontou.

Outro ponto polêmico foi o corte de R$ 2,5 bilhões nas verbas destinadas à aplicação da Lei Aldir Blanc, de incentivo à cultura, reduzindo os recursos disponíveis para cerca de R$ 480 milhões.

Ajuste nas receitas

O aumento no superávit previsto no relatório do Congresso decorre, em grande parte, da reavaliação das receitas feitas pela CMO, que projetou um acréscimo de R$ 22,5 bilhões na arrecadação para o ano.

Orçamento total

O valor global do Orçamento de 2025 chega a R$ 5,9 trilhões. Deste total, R$ 1,6 trilhão será destinado ao refinanciamento da dívida pública. Excluindo esse montante, o orçamento se divide em R$ 166,5 bilhões para investimentos das estatais e R$ 4,1 trilhões para os orçamentos fiscal e da seguridade social.

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