Ao menos 70 corpos são levados para praça da Penha, no Rio
A ação, que envolveu Polícias Civil e MilitarAo menos 70 corpos são levados para praça da Penha, no Rio
Rio de Janeiro — 29 de outubro de 2025
A operação policial que se estendeu por mais de 24 horas nas comunidades da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, deixou um rastro de violência e tensão. Relatos de moradores e vídeos publicados nas redes sociais apontam que ao menos 70 corpos foram levados para a Praça da Penha após confrontos entre forças de segurança e grupos armados.
A ação, que envolveu Polícias Civil e Militar, é considerada a mais letal da história do estado. Até o momento, o governo do Rio não confirmou oficialmente o número de mortos, mas reconheceu que 64 pessoas morreram, entre elas quatro policiais.
Durante a noite de terça-feira (28), o governador Cláudio Castro (PL) publicou uma imagem com dezenas de fuzis apreendidos e afirmou que o resultado da operação é “um golpe no crime organizado”. “O Rio de Janeiro termina o dia com uma imagem que fala por si: mais de 100 fuzis apreendidos pelas Polícias Civil e Militar”, escreveu em uma rede social.
Enquanto o governo celebra o resultado da operação, organizações de direitos humanos e movimentos sociais expressaram preocupação com o alto número de mortos e pediram investigação independente e transparência nas apurações. A Defensoria Pública do Estado e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) também acompanham o caso.
Moradores relatam momentos de terror, com tiroteios intensos, helicópteros sobrevoando a região e dificuldades para o socorro de feridos. Escolas e unidades de saúde permaneceram fechadas durante todo o dia.
O Instituto Médico Legal (IML) da capital enfrenta superlotação e reforços foram deslocados para identificar e liberar os corpos. A Secretaria de Estado de Polícia Civil informou que as perícias ainda estão em andamento e que a contagem oficial será divulgada nas próximas horas.
Essa é a quarta operação de grande porte realizada no Complexo da Penha apenas em 2025. Especialistas apontam que o episódio reacende o debate sobre segurança pública, uso da força e letalidade policial no estado, que registra, segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP), mais de 1.200 mortes em ações policiais apenas neste ano.
Ao menos 70 corpos são levados para praça da Penha, no Rio
Operação na zona norte do Rio é considerada a mais letal da história do estado; governo fala em 64 mortos e mais de 100 fuzis apreendidos
Por Redação — Rio de Janeiro
Atualizado em 29 de outubro de 2025, 11h32
Violência recorde na Penha
A operação policial que se estendeu por mais de 24 horas nas comunidades da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, deixou um cenário de guerra. Moradores relatam que ao menos 70 corpos foram levados para a Praça da Penha após intensos confrontos entre forças de segurança e grupos armados.
A ação, que envolveu Polícias Civil e Militar, com apoio de forças federais, é considerada a mais letal da história do estado. O governo do Rio reconheceu oficialmente 64 mortos, incluindo quatro policiais, mas fontes ligadas às equipes de resgate afirmam que o número pode ser maior.
“Um golpe no crime organizado”, diz governador
Durante a noite de terça-feira (28), o governador Cláudio Castro (PL) publicou nas redes sociais uma imagem com dezenas de fuzis apreendidos. “O Rio de Janeiro termina o dia com uma imagem que fala por si: mais de 100 fuzis apreendidos pelas Polícias Civil e Militar”, escreveu.
“Esta é uma vitória do Estado contra o crime organizado”, afirmou Castro, defendendo a atuação das forças de segurança.
Enquanto o governo estadual comemora o resultado, organizações de direitos humanos e movimentos sociais criticam o alto número de mortes e pedem investigação independente. A Defensoria Pública e a OAB-RJ acompanham o caso e cobram transparência nas apurações.
Moradores relatam medo e caos
Relatos de moradores descrevem momentos de terror, com tiroteios contínuos, helicópteros sobrevoando a região e dificuldade para socorrer feridos. Escolas e unidades de saúde permaneceram fechadas durante toda a terça-feira.
O Instituto Médico Legal (IML) da capital está superlotado, e equipes adicionais foram mobilizadas para identificação dos corpos. A Polícia Civil informou que as perícias continuam e que os números oficiais serão atualizados.
Quarta megaoperação do ano
Esta é a quarta operação de grande porte no Complexo da Penha apenas em 2025. Segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP), o estado já soma mais de 1.200 mortes em ações policiais neste ano — um aumento de 18% em relação a 2024.
Especialistas afirmam que o episódio reacende o debate sobre segurança pública e letalidade policial, questionando a eficácia das políticas baseadas no confronto armado.
Repercussão nacional e internacional
A operação ganhou repercussão mundial. A Comissão de Direitos Humanos da ONU pediu que o Brasil realize “investigação rápida, imparcial e independente” sobre as mortes e demonstrou “grave preocupação com o padrão de uso excessivo da força em áreas periféricas”.
A Human Rights Watch (HRW) classificou o episódio como “um trágico exemplo do fracasso das políticas de segurança baseadas em confronto” e cobrou do governo federal medidas para reduzir a letalidade policial e proteger civis.
Em Brasília, o Ministério dos Direitos Humanos anunciou que pedirá informações ao governo fluminense. Deputados da oposição e da base governista solicitaram audiências com o ministro da Justiça e o governador Cláudio Castro.
“As forças policiais estão enfrentando o crime de frente”, defendeu o deputado Delegado Ramagem (PL-RJ).
“O Estado não pode continuar tratando a população das favelas como inimiga”, rebateu a deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ).
Debate sobre o futuro da segurança pública
Com a escalada de mortes e a pressão internacional, o episódio da Penha se torna um marco no debate sobre o modelo de segurança pública no Rio de Janeiro — entre o combate ao crime organizado e o respeito aos direitos humanos da população das favelas.
Autoridades prometem novas atualizações sobre o número de vítimas e o andamento das investigações nas próximas horas.
Fonte: Revista40graus e colaboradores
