Operação contra Comando Vermelho tem ao menos 64 mortos e é a mais letal do RJ

O levantamento foi feito pelo GENI (Grupo de Estudos dos Novos Ilegalíssimos) da UFF
Redação

A megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha que mira lideranças da facção Comando Vermelho (CV) nesta terça-feira (28) já é considerada a operação mais letal da história do estado do Rio de Janeiro. Pelo menos 64 pessoas morreram, incluindo quatro policiais.

Foto: Reprodução
Blindado da PM-RJ

A ação ultrapassou a realizada no Jacarezinho, em maio de 2021, que teve 28 mortos, e a operação na Vila Cruzeiro, em maio de 2022, com 24 óbitos. As três aconteceram durante o governo de Cláudio Castro (PL).

O levantamento foi feito pelo Geni (Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos) da Universidade Federal Fluminense (UFF).

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Veja o ranking das cinco operações mais letais da história do estado do Rio de Janeiro:

1. Complexo do Alemão e Penha, 60 mortos, outubro de 2025

2. Favela do Jacarezinho, 28 mortos, maio de 2021

3. Vila Cruzeiro, 23 mortos, maio de 2022

4. Vila Operária (Duque de Caxias), 23 mortos, janeiro de 1998

5. Complexo do Alemão, 19 mortos, junho de 2007

Operação Contenção

Batizada de Operação Contenção, a força-tarefa ocorre nos complexos do Alemão e da Penha e também combate a expansão territorial do crime organizado. Segundo as investigações, chefes do Comando Vermelho do Rio de Janeiro e de outros estados se refugiam nas comunidades da Zona Norte da capital fluminense.

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Ação contra CV mata 64 e vira a mais letal do RJ

Até o momento, 81 suspeitos foram presos. Entre os detidos, está Nicolas, considerado o operador financeiro de Edgar Alves de Andrade, o Doca, um dos líderes da facção. Agentes apreenderam ainda 41 fuzis.

A ação, segundo o governo do RJ, "conta com forte aparato tecnológico e logístico, incluindo drones, 2 helicópteros, 32 blindados terrestres e 12 veículos de demolição do Núcleo de Apoio às Operações Especiais da PM, além de ambulâncias do Grupamento de Salvamento e Resgate".

Criminosos reagiram com a chegada dos policiais aos territórios. Barricadas foram montadas e, em retaliação, bombas foram lançadas com drones em direção aos agentes. Três moradores ficaram feridos.

Serviços públicos fechados

Desde o início da tarde, vias expressas e importantes corredores viários foram interditados, como a Avenida Brasil, Linha Amarela, Linha Vermelha e Autoestrada Grajaú-Jacarepaguá.

Por causa dos confrontos e o caos na cidade, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Faetec de Quintino suspenderam as aulas.

Escolas públicas e particulares também dispensaram alunos por questões de segurança. Segundo a Secretaria Municipal de Educação, 31 escolas foram impactadas no Complexo do Alemão e outras 17 no Complexo da Penha.

A Rio Ônibus informou que mais de 100 linhas tiveram itinerários alterados. A Mobi-Rio suspendeu os serviços dos corredores Transbrasil e Transcarioca do BRT, além das linhas de conexão.

A estação de metrô Central do Brasil, uma das principais do estado, ficou lotada de passageiros que não conseguiam se deslocar por conta do bloqueio do transporte público. Imagens registradas mostram diversas pessoas preocupadas e sem saber o que fazer.

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