Novo estudo aponta que limite de 1,5 °C pode falhar em conter o derretimento polar
Pesquisadores sugerem que apenas um limite mais rígido, de 1°C, pode evitar o avanço do mar
Um novo estudo, publicado nesta terça-feira (20) pela revista Nature Communications, sugere que manter 1,5 °C como limite para o aumento da temperatura global pode não evitar o aumento do nível do mar consequente ao derretimento das camadas de gelo polares.
O “número-limite” de 1,5 °C foi estabelecido em 2015 pelo Acordo de Paris e definia um aumento máximo que a temperatura do planeta poderia sofrer, em comparação aos níveis pré-industriais, sem comprometer a vida humana como conhecemos por conta das mudanças climáticas. Porém, no momento atual, os pesquisadores, segundo esta nova pesquisa, acreditam que esse índice pode não ser mais o suficiente, e que será necessário um limite ainda menor, de 1 °C.
Isto se deve ao aumento recente das emissões de gases causadores do efeito estufa, que acabam por acelerar processos bem antes do previsto anteriormente. Por isso, os autores sugerem que o antigo número-limite, de 1,5 °C, poderia gerar uma elevação de vários metros no nível do mar nos próximos séculos, conforme as camadas de gelo derretessem por conta do aquecimento do ar e das temperaturas dos oceanos.
Acordo de Paris
O Acordo de Paris é um tratado internacional adotado por 196 países na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP21) em 2015. Seu objetivo principal é manter “o aumento da temperatura média global bem abaixo de 2 °C acima dos níveis pré-industriais” e reunir esforços “para limitar o aumento da temperatura a 1,5 °C acima nos níveis pré-industriais”. Para que isso aconteça, as emissões de gases de efeito estufa devem antingir o pico até 2025, no máximo, e cair em 43% até 2030.
Fonte: Reprodução | G1 | Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC)